









O Bixiga é conhecido pela sua tradição e influência italiana, suas religiosidades e cantinas são grandes atrativos turísticos no bairro.
Sua história começa com o surgimento da Chácara da Bexiga, antes chamada de Sesmaria do Capão que foi vendida pelo Capitão Belchior já com este nome adotado.
A chácara começou a desaparecer em outubro de 1878, com o começo do loteamento e o lançamento da pedra fundamental do Hospital.
No mesmo mês houve a inauguração do Bairro do Bixiga, com loteamentos baratos e próximos ao centro. Por esse motivo interessaram aos italianos, pessoas pobres e recém-chegadas ao Brasil.
Ao chegar em São Paulo, os italianos formaram guetos e não foi diferente no bairro do Bixiga. Assim, mantidos em comunidades, perpetuaram sua cultura no bairro. Apesar disso, receberam influências de outras nacionalidades, principalmente de negros, antigos habitantes daquele lugar.
O lançamento oficial do bairro foi a produção de uma pedra fundamental que foi implantada por Dom Pedro II para se construir um hospital. Esse atitude foi visto como um ato digno de respeito, pois naquela época surgiram epidemias e doenças de diversos tipos. Ou seja, foi uma estratégia de marketing já que um hospital seria ótimo para a população.
O acontecimento teve influência do bispo diocesano, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, e a presença do senador João Lins V. C.,presidente do Conselho de Ministros, do Dr. João Batista Pereira, presidente da antiga província de São Paulo e também de mais duas mil pessoas.
O Hospital não foi construído por ser só um meio de popularizar o bairro. Entretanto com esse reconhecimento, vários lotes foram vendidos, o que proporcionou o surgimento do bairro do Bixiga, típico bairro de italianos que preferiram a cidade aos cafezais.
Bixiga
Vila Itororó: Uma das construções mais típicas de influência italiana no bairro. É uma casa surrealista e foi construída em 1922 pelo tecelão Francisco de Castro. O casarão tem 4 andares e 37 casas ao redor totalizando uma área de 4,5 mil metros quadrados. Com ornamentos construtivos vindos do teatro São José, a Vila Itororó foi a primeira residência particular a ter uma piscina na cidade. Posteriormente, a Vila foi leiloada para pagar dívidas de Francisco de Castro e arrematada pela Santa Casa de Indaiatuba que acabou sendo alugada para pessoas morarem. Foi tombada pela prefeitura e depois chegou a ser um dos piores cortiços do Bixiga. Hoje em dia é, provisoriamente, o conselho tutelar e futuramente será um polo cultural.
Arquitetura
Cultura
O Bixiga tem muita história para contar através das festas típicas italianas e museus.
Museu Memória do Bixiga: Está localizado na Rua dos Ingleses, número 118. Foi aberto em 1981 pelo agitador cultural Armandinho Puglisi e lá existem objetos que, de alguma maneira, contam a história italiana. É uma casa construída no século XX e lá tem mais de 8 mil fotografias e 1,5 itens do acervo. Foi reaberto para visitação em 18 de março de 2010.
Festa de Nossa Achiropita: É comemorada nos fins de semana de agosto desde 1926 por italianos vindos da região da Calábria. O evento tem cerca de 900 funcionários e a renda é revertida para obras sociais da paróquia. Ao todo são estimados 200 mil pessoas e, para alimentar a todos, são consumidas onze toneladas de macarrão, cinco toneladas de mussarela e dez mil litros de vinho. Também é consumida a foccacia, massa italiana coberta com sal grosso, azeite e alecrim, e são vendidas 10 mil unidades por noite. Há também uma procissão em louvor a santa e onde é confeccionado um tapete de serragem.
Teatro Oficina: Fundado em 1958, localiza-se na Rua Jaceguai, número 520. Foi tombado pelo Patrimônio histórico-cultural e desde 1980 é um ícone contra a verticalização do bairro. O atual prédio do teatro foi arquitetado pela italiana Lina Bo Bardi, no qual há uma pista acompanhada por galerias térreas e elevadas, com capacidade para acomodar 350 pessoas. Passaram por lá as peças: O rei da Vela (Oswald de Andrade), Pequenos Burgueses (Máximo Gorki), e Os Sertões (Euclides da Cunha). Localiza-se na Rua Jaceguai, número 520.
Cantina C. Que Sabe: Formada por italianos, está na sua 5ª geração de família. Está localizada na Rua Rui Barbosa, número 192. Além do cliente se deliciar com os pratos típicos, há também um trio musical que acompanha as mesas cantando músicas italianas, incluindo a tarantela.
Padaria Italianinha: Fundada por imigrantes começaram a produzir pães italianos há mais de cem anos. É localizada dentro do teatro Sérgio Cardoso, na Rua Rui Barbosa, número 153. É a mais antiga do bairro, no cardápio se destacam o pão de linguiça com provolone e o catanelli (doce recheado com creme de nozes, avelãs e amêndoas).

Bairro do Bixiga em 1862

Bairro do Bixiga atualmente

Foto da Cantina C..que sabe

Museu da Memória do Bixiga

Foto interna do Teatro Oficina

